Dentre os cinco livros mais antigos da China, sagrados por sua utilização e conteúdo, o I CHING é sem dúvida alguma o mais importante. Abrangente e profundo em sua abordagem, inclui os princípios cósmicos do Universo, a Filosofia Humana, Matemática, Geometria, Astrologia, Geografia, Geomancia, Medicina, Estratégia Militar, Arte Marcial, Arquitetura, Política e Religião. Trata-se de um conhecimento que representa o Espírito da Cultura Chinesa, tendo vários níveis de compreensão e várias direções. É tão vasto que uma vida inteira não é suficiente para explorarmos todo o tesouro de sua sabedoria. Apesar da quantidade de Mestres e Sábios que escreveram a respeito do I Ching, seus símbolos são de tamanha profundidade, que a compreensão acaba se tornando difícil. Nesse momento que vivemos, o conhecimento contido no I Ching pode fazer uma ponte com o coração do ser humano de hoje, tão necessitado de uma religação com o aspecto celestial da Existência; estimulando-o a fazer um trabalho que o aproxime da sua verdadeira natureza, encontrando o profundo significado de sua vida.
A ORIGEM MÍTICA DO I CHING
No ano de 2223 a.C., o divino Imperador Fu Shi teve acesso a duas obras arcaicas que sintetizavam a sabedoria milenar de antigas civilizações. Esses livros eram o Lien Shan (registro das coisas anteriores), da dinastia Hsia, e o Kuei Ts’ang (registro das coisas posteriores), da dinastia Shang. Naquele tempo, os seres humanos ainda tinham a capacidade de receber de forma direta os ensinamentos espirituais e aplicá-los à sua vida. Porém, o Imperador percebeu que muitos de seus súditos estavam perdendo essa capacidade – era-lhes impossível aprender, a não ser que alguém lhes explicasse a verdade apresentada de forma detalhada e intelectual. Para os antigos mestres, a incapacidade do ser humano de ter acesso direto à verdade significava que sua mente estava se obscurecendo, devido às aflições, à ignorância e às opiniões especulativas – produto do desenvolvimento do intelecto em detrimento da sabedoria. Foi a partir dessa percepção da nova realidade que o divino Imperador criou o livro que hoje conhecemos como I Ching – O Livro das Mutações, oferecendo-o à humanidade, para que, estudando-o e compreendendo-o ela encontre novamente seu caminho espiritual e sua conduta correta.
Em toda a história chinesa, mestres taoístas, budistas e confucionistas estudaram profundamente os ensinamentos contidos no I Ching, encontrando iluminação e idéias tão abrangentes que, depois de 4500 anos, ainda se aplicam ao nosso viver diário. Desde essa época, o I Ching é o livro mais lido e usado no dia-a-dia das populações orientais. Aqui no Ocidente o I Ching está sendo estudado seriamente de forma muito restrita por grupos de intelectuais ou amantes da cultura oriental há aproximadamente 150 anos.
AS IMAGENS CONTIDAS NO I CHING
Existe uma linguagem arquetípica que sintetiza toda a sabedoria que os seres humanos podem desenvolver. Ou existe um padrão de desenvolvimento e evolução espiritual inerente a raça humana, que está inserido nesse planeta, como um projeto Espiritual a ser percorrido e desenvolvido por cada um de nós individualmente. Os físicos, matemáticos, físicos quânticos e todos os estudiosos que trabalham no campo das ciências exatas poderão entender melhor este pensamento: tudo o que acontece sob o céu pode ser mensurado; todas as coisas estão sujeitas a um padrão celestial que chamamos de “espaço e tempo”; este padrão segue regras fixas de desenvolvimento e, por meio da matemática mais pura, a ele poderemos ter acesso.
Contudo, se não formos matemáticos, como chegaremos a compreender esse padrão? Poderemos compreender pela análise profunda das imagens do I Ching. Assim o fez Confúcio, e assim o fizeram todos os mestres que de alguma forma interpretaram o I Ching; e o utilizaram como uma chave para compreender não só a dinâmica de suas áreas de atuação, mas para compreender o funcionamento, as normas e regras que regem tudo que existe entre o Céu e Terra.
O I Ching é o pai da Física Quântica, sendo mais conhecido como “Livro das Transformações”, se tornou mais conhecido para o mundo ocidental quando Fritjot Capra em seu livro “O TAO da Física” dedicou-lhe um capítulo inteiro. Além de constituir a base da sabedoria chinesa, o I Ching é um conjunto de estudos que analisa o mundo e o homem tendo como objetivo o autoconhecimento. O trabalho com o I Ching é feito através de consultas pessoais, perguntas que o cliente faz muitas vezes quando precisa tomar alguma decisão. O I Ching pode captar no momento da consulta, o que está emergente em nosso cérebro, ou melhor, no inconsciente. Para a sabedoria chinesa, conhecer as forças que agem num determinado momento de nossa vida pode ser muito importante.
A PERGUNTA
Quando dirigimos uma pergunta ao I Ching, estamos buscando uma solução para algo que nos angustia ou para um problema para o qual ainda não encontramos uma saída. As respostas que recebemos do I Ching são insights não só sobre aquilo de que você precisa para uma situação em particular, mas também sobre o potencial que você pode desenvolver. Quando você usa os conselhos do I Ching de forma positiva, pode transformar uma situação parcialmente negativa numa nova oportunidade.
Na nossa prática com o I Ching, através das perguntas em uma consulta, temos utilizado os hexagramas para trazer ao cliente uma mudança de consciência (salto quântico) que o leve a um outro patamar, a uma compreensão mais elevada do momento, dando continuidade a sua jornada, destravando os nós de sua mente e encontrando a paz de seu espírito. O I Ching é um transformador e libertador de consciência: ele traz para aquele que o busca uma compreensão e uma consciência Superior diante de qualquer situação ou sobre qualquer assunto que o aflige.
Muitas pessoas diante do I Ching não sabe por onde começar, mas podemos começar fazendo uma simples pergunta, principalmente nos momentos em que nos sentimos inadequados na vida: “O que há de errado comigo?” Os hexagramas e linhas sorteadas mapearão muitas de nossas crenças e nos dirão quais as que estão em harmonia: quando recebemos um julgamento como “boa fortuna”, “sem culpa” ou “sucesso”; e quais as que estão nos adoecendo que virão acompanhados pelo veredito de “infortúnio”, “não aja assim” ou “humilhação”. Nossa tarefa após identificarmos as crenças positivas e as negativas consiste em nos empenharmos em seguir as positivas e evitarmos as negativas. Muito de nossas doenças ou dificuldades emocionais tem como base o apego. A qualidade necessária para curarmos nosso emocional é a coragem de desafiar nossos desejos e preferências.
Diante de nossos apegos devemos perguntar: Como transformar este sentimento? O hexagrama e as linhas sorteadas nos mostrarão onde estes desejos e apegos estão escondidos e o que devemos fazer para transformá-los. Resolvidas e transformadas essas questões, nosso corpo estará mais equilibrado e saudável, mas também podemos perguntar: Como manter o corpo saudável? As linhas e hexagramas sorteados poderão apontar que hábitos precisam ser modificados e como devemos usar nossa disciplina para transformá-los em outros hábitos mais saudáveis e naturais.
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